domingo, 1 de março de 2009

Violino

O violino é um instrumento musical, classificado como instrumento de cordas friccionadas. É o mais agudo dos instrumentos de sua família (que ainda possui a viola, o violoncelo e o contrabaixo), corresponde ao Soprano da voz humana. Possui quatro cordas (Mi1, Lá2, Ré3, Sol4). O timbre do violino é agudo, brilhante e estridente, mas, dependendo do encordamento utilizado, podem-se produzir timbres mais aveludados. O som geralmente é produzido pela acção de friccionar as cerdas de um arco de madeira sobre as cordas. Também pode ser executado beliscando ou dedilhando as cordas (pizzicato), pela fricção da parte de madeira do arco (col legno), ou mesmo por percussão com os dedos ou com a parte de trás do arco.

Assim como outros instrumentos de cordas, os violinos também podem ser amplificados eletronicamente. A sua utilização mais comum é nos naipes de cordas das orquestras. O género mais comum é a música erudita. Existem no entanto diversos músicos que o utilizam na música folclórica, jazz, rock e outros géneros populares.

Na orquestra, o líder do naipe de primeiros-violinos é chamado de spalla. Depois do maestro, ele é o comandante da orquestra. O spalla fica à esquerda do maestro, logo na primeira estante do naipe dos primeiros-violinos.

Esticada na parte inferior do arco estão as cerdas, que são feitas de vários fios de crina de cavalo, ou de material sintético.

A extensão do violino é do Sol2 (mais grave e a última corda solta), ao Sol6 (3 notas antes da mais aguda que se pode ouvir).

História do violino
Os primeiros violinos foram feitos na Itália entre os meados do fim do século XVI e o início do século XVII, evoluindo de antecessores como a rebec, a vielle e a lyra da braccio. Durante duzentos anos, a arte de fabricar violinos de primeira classe foi atributo de três famílias de Cremona: Amati, Guarneri e Stradivarius .

O violino propriamente dito manteve-se inalterado por quatrocentos anos. A partir do século XIX modificou-se apenas a espessura das cordas, o uso de um cavalete mais alto e um braço mais inclinado. Inclusive, a forma do arco consolidou-se aproximadamente nessa época. Originalmente com um formato côncavo, o arco agora tem uma curvatura convexa, o que lhe permite suportar uma maior tensão das crinas, graças às mudanças feitas pelo fabricante de arcos François Tourte, a pedido do virtuose Giovanni Battista Viotti, em 1782.

O violino tem longa história na execução de músicas de raiz popular, que vem desde os seus antecessores (como a vielle). A sua utilização tornou-se mais expressiva a partir da segunda metade do século XV.

Stradivarius
Os violinos Stradivarius são os mais valiosos do mundo. Foram feitos mais de mil instrumentos, entre eles violinos, violas, violoncelos e outros instrumentos de cordas pelo mestre Antonio Stradivarius (1644-1737), mas actualmente restam poucos instrumentos feitos por ele no mundo. Um Stradivarius de 1720, não dos mais famosos, foi comprado num leilão em Novembro de 1990 por 1,7 milhão de dólares. Em 2006 foi leiloado na casa de leilões Christie's um Stradivarius de 1729 (Hammer), foi arrematado por 3,5 milhões de dólares.

Um dos vários segredos da beleza estética dos violinos de Stradivari reside no facto de o seu construtor os desenhar utilizando a Secção Áurea. A Secção Áurea representa um elemento de equilíbrio estético. Já a sua qualidade sonora, mesmo com as tecnologias existentes, nunca foi superada. É bastante provável que seja apenas fruto da idade dos instrumentos.

Construção
Como outros instrumentos de cordas, os violinos são construídos por luthiers. A luthieria ou liuteria é uma profissão artística que engloba a produção artesanal de instrumentos musicais de corda com caixa de ressonância. Tais palavras tiveram origem da construção do alaúde, que em italiano se chama liuto; portanto, liutaio significa aquele que faz alaúdes.

Tradicionalmente são instrumentos puramente acústicos, cujo som é amplificado naturalmente pela caixa de ressonância de madeira. No entanto, existem instrumentos amplificados eletronicamente, através de captadores ou microfones. Assim como as guitarras eléctricas, os violinos electrificados não necessitam de caixa de ressonância. Alguns possuem corpo maciço e outros nem possuem corpo, mas apenas molduras para a sustentação das cordas.

Partes do Violino
O violino é guardado, normalmente, num estojo cuja forma e material podem variar. Esse estojo contém necessariamente o violino, o arco, a resina, a almofada (ou espaleira), uma surdina, uma flanela para limpeza e cordas sobressalentes. Pode conter, esporadicamente, dependendo do caso, partituras, um outro arco, um metrónomo, um higrómetro, um humidificador, um diapasão, giz para conservação das cravelhas.

Partes e acessórios que contém o violino:
Voluta
Cravelha
Pestana
Espelho
Escala
Corda
Resina ou breu
Arco
Queixeira
Estandarte
Micro afinador
Surdina
Espaleira

Ouvidos, Efes ou Aberturas acústicas: são os orifícios que permitem aos sons (vibrações), amplificados pelo corpo do instrumento, atingir o espaço externo e finalmente os nossos ouvidos.
Cravelhas: são as peças de madeira (quatro, uma para cada corda), onde se fixam as cordas, e são usadas para afinar o instrumento girando-as em sentido horário ou anti-horário, a fim de retesar ou afrouxar as cordas. Os violinos desafinam com facilidade, especialmente com mudanças de temperatura, ou em viagens longas. Um violino precisa ser afinado muitas vezes até que as cordas novas se acomodem.
Cavalete: é a peça na qual se apoiam as 4 cordas distendidas. A parte inferior do cavalete - dois pequenos pés - fica apoiada no plano harmónico do violino (tampo superior - o inferior chama-se fundo). Pequenas ranhuras no cavalete mantêm as cordas no lugar. O cavalete transforma as vibrações horizontais em verticais e depois transmite as vibrações das cordas para o corpo do violino.
Cordas: Antigamente eram feitas de tripa de carneiro. Hoje são de aço cromado ou de material sintético, revestidas com uma fita metálica de alumínio, níquel, ou, as melhores, de prata. A afinação padrão para as cordas seguindo por ordem de espessura é Mi (1ª corda, a mais fina), Lá (2ª corda), Ré (3ª) e Sol (a 4ª corda, a mais grossa).
Estandarte: é uma peça aproximadamente triangular que fixa as cordas na extremidade oposta ao braço.
Micro afinador: é um pequeno acessório metálico que se prende no estandarte, no furo correspondente às cordas. Possui um parafuso que ao girá-lo, permite precisão na afinação da corda.
Queixeira: Peça anatómica que serve para o violinista acomodar de maneira mais confortável o violino ao queixo. Foi inventada pelo alemão Ludwig Spohr.
O Arco: é feito de madeira (os melhores em Pau-Brasil pernambucano). Fios de crina de cavalo (ou de plástico tipo nylon) são ajustados às duas extremidades desta peça de madeira, longa e curva, com cerca de 75 cm de comprimento. A crina de cavalo dá uma maior qualidade ao som e o ajuste da sua tensão é feito por um parafuso colocado no talão, a parte segurada pela mão direita do violinista. A outra extremidade do arco denomina-se ponta. O arco do violino é como a respiração para os cantores ou instrumentistas de sopro. Os seus movimentos e sua articulação constituem a dicção dos sons e a articulação das células rítmicas e melódicas. Todas as nuances sonoras, colorido e dinâmica musical do violino estão intimamente ligadas à relação existente entre a condução do arco e a precisão dos movimentos sincronizados da mão esquerda junto com a mão direita.
A almofada: é um acessório utilizado para apoiar o violino ao ombro do musico. Não é um acessório obrigatório, é utilizado apenas quando o músico não consegue apoiar o violino ao ombro.

Cuidados
* Mantenha o violino afastado do Sol, pois o calor pode fazer a madeira rachar ou descolar.
* Passar regularmente uma flanela no violino, pois a poeira além de desgastar o violino, diminui o tempo de duração das cordas.
* Limpar as mãos antes de manusear o violino
* Passar sempre que necessário a resina nas cerdas do arco, se tocar.
* Afrouxar as cerdas do arco antes de guardar o instrumento, recorrendo ao parafuso-sem-fim. Este ponto é de grande importância dado que a vara do arco (parte da madeira) tem uma curvatura ideal para produzir o som, quando a tensão das cerdas se mantém exagerada por longos períodos de tempo, esta curvatura tende a desaparecer e o arco fica então inutilizado.

Execução
A execução mais comum é a fricção do arco nas cordas. Antes de tocar o instrumento, o violinista passa sobre as cerdas uma resina chamada breu, que tem o efeito de produzir o atrito entre as cerdas e as cordas, gerando o som. O som produzido pelas cordas é transmitido ao corpo oco do violino, denominado caixa de ressonância, pela alma, um cilindro de madeira que fica dentro do corpo do violino, mais ou menos abaixo do lado direito do cavalete. A alma liga, mecânica e acusticamente, o tampo superior ao inferior do violino, fazendo com que o som vibre por todo o seu corpo.

Posição Correta
Corpo erecto e busto para frente. As pernas devem ficar um pouco abertas para estabilizar o equilíbrio do corpo. Motivo: Quando o movimento do arco for rápido, o braço direito terá maior facilidade para executar as notas. O peso do corpo deve ficar apoiado nas duas pernas.

Posição do violino no corpo
O violino deve ser colocado em cima da clavícula esquerda e apoiado de leve no ombro esquerdo. O braço esquerdo deve estar na mesma direcção do pé esquerdo.

Inclinar o violino para o lado direito. Puxar a queixeira e encostá-la no queixo, para manter o violino horizontalmente. Não levantar nem baixar o ombro esquerdo; deixá-lo solto. A técnica do violino é muito delicada. Forçando-se o ombro, o movimento dos braços será impedido. Se o ombro for baixo, usar almofada , para não forçar o pescoço nem o ombro. A almofada serve para adaptar o instrumento ao corpo do aluno. A queixeira deve ser adequada a cada pessoa para que o violinista fique bem à vontade.

Quando segurar o violino a posição tem de ser natural, isto é, sentir o violino como se fosse uma parte do corpo. Observadas as posições acima explicadas e o arco tocado com leveza, liberdade, harmonia de movimentos e perpendicular em relação à corda, é mais fácil tocar o instrumento.

Como usar a mão esquerda
O cotovelo esquerdo deve situar-se por baixo do tampo do violino, inclinado para a direita. Para facilitar a movimentação dos dedos esquerdos, o pulso deve estar na mesma direcção do antebraço e completamente relaxado.

A conjuntura dos dedos esquerdos deve estar na altura das cordas. Os 4 dedos (indicador, médio, anelar e mínimo) devem estar encurvados. Colocá-los na direcção da corda, para depois pousá-los. O polegar deve estar apoiado ao de leve no braço do violino, na direcção entre os dois primeiros dedos (indicador e médio). O polegar deve estar assim para que os 4 dedos restantes se apoiem com a mesma força nas cordas. Se alguém tiver o polegar maior, este sobressairá para cima do braço do violino junto à corda sol.

Quando as cordas forem abaixadas pelos dedos, cuidado para não endurecer as falanges dos dedos, nem o cotovelo. Os dedos devem ser colocados sem força, de modo leve sobre as cordas. Quando os dedos não estão sendo usados, deixá-los na posição natural, isto é, encurvados.

Como pegar o arco
Deixar o braço direito solto, como se estivesse a andar. Pegar no arco com a mão direita livre, sem modificar sua posição. Isto facilitará a movimentação do arco nas cordas.

(Deixar todo o peso do braço sobre o arco, como se o braço estivesse morto).

Forma igual à anterior, com as duas falanges do polegar um pouco curvadas. A extremidade do polegar deve estar na extremidade do talão, deixando o polegar metade para a madeira do arco e metade para o talão. O polegar deve estar perpendicular em relação ao arco.

Segurar o arco entre a 1ª e 2ª falanges do indicador e na 1ª falange do médio; deixar o dedo mínimo na forma arredondada, perto do botão do arco, e segurando pela ponta. O dedo anelar é deixado naturalmente. O polegar deve estar no meio do dedo indicador e do médio, só que do outro lado do arco.

Segurar o arco correctamente é muito importante para uma boa execução. O indicador direito controla a pressão do arco nas cordas, o que afecta o volume e o timbre do instrumento. O violinista precisa manter todo o corpo relaxado, à vontade.

É importante dizer que o dedo indicador e o dedo mínimo promovem funções importantes na intensidade do som obtido. Estas funções são chamadas de pronação e supinação,que são feitos através da ´´rotação´´ do ´´antebraço´´.

Pronação
A pronação é o movimento de pressionar o dedo indicador no arco (rodar o antebraço para o lado esquerdo gerando pressão no dedo indicador), aliviando a pressão exercida pelo dedo mínimo (mindinho). Este movimento acarretará uma maior intensidade do som.

Supinação
A supinação é o movimento de pressionar o dedo mínimo no arco (rodar o antebraço para o lado direito) aliviando a pressão do dedo indicador, fazendo com que o som seja menos intenso. NOTA: Não é necessário fazer pressão com o dedo mínimo, pois o próprio peso do talão é suficiente para a intensidade do som.
Observação: Ponta do arco: Pronação. Talão do arco: Supinação.

É importante para o violinista dominar estas técnicas, aliadas com outras, para uma melhor qualidade nas execuções.

Técnicas de arco
Técnicas de arco

* Pizzicato (beliscado): Os violinistas nem sempre usam o arco quando tocam. O pizzicato consiste em tocar as cordas com os dedos, dando pequenos puxões ou beliscadas. Raramente o pizzicato se estende pela melodia inteira, e quando se lê na partitura a palavra arco os executantes interrompem o pizzicato e voltam a usar o arco.

* Col legno (com a madeira): O arco é segurado de lado, de forma que a madeira do arco roce nas cordas, produzindo um curioso efeito rangente. Aparece no começo de Marte, o Mensageiro da Guerra, da suíte de Holst Os Planetas.

* Vibrato (vibrado): Uma das importantes técnicas de instrumentos de cordas. Existem 3 tipos de vibrato: o de dedo, o de punho e o de braço. Consiste em fazer o som vibrar, formando uma flutuação mínima na afinação da nota, para cima e para baixo. O vibrato de dedo é para passagens mais rápidas. O de punho é o mais comum, e o de braço é para expressar com certa força, paixão, drama um trecho. É usado sobretudo em notas longas.

* Corda dupla: Significa tocar, ao mesmo tempo, em duas, três cordas ou até mesmo quatro cordas, e consequentemente duas, três ou quatro notas (sob a forma de acordes), de uma só vez. É possível tocar três ou quatro cordas simultaneamente, sob a forma de acordes, porém pode-se sustentar apenas duas adjacentes.

* Harmónicos ou Flautado: Notas suaves produzidas pelo toque muito leve com a polpa dos dedos em pontos estratégicos sobre a corda. Assemelham-se às notas da flauta e são usadas com mais frequência na música moderna.

* Glissando (deslizando): O violinista escorrega o dedo sobre a corda, tocando todas as notas dentro do intervalo tocado, o que permite que todos os sons interpostos sejam ouvidos. Os glissandi aparecem quase exclusivamente nas músicas do século XX.

* Sul ponticello (sobre o cavalete): Indica que o violinista deve passar o arco próximo ao cavalete, o que origina um som de timbre brilhante e estridente.

* Sul tasto (sobre o espelho): Indica que o violinista deve tanger o arco próximo ao espelho, o que origina um timbre velado e mais suave.

2 comentários:

  1. nossa muito bom seu blog...ajuda muito iniciantes feito eu obrigado muito obrigado...edillsonp@hotmail.com

    ResponderExcluir
  2. oi paulinha. Estava passando por algums blogs de violino e encontrei o seu, gostei bastante e gostaria muito qur voce me ajudasse.
    entrei na aula de musica para aprender a tocar violino, porem ainda estou nas aulas de teoria musical, mas nessa semana meu marido me deu um violino de presente e por curiosidade fui apertar a crina do arco que veio bem folgadinha, quando fui solta-la novamente para guardar, não consegui deixa-la folgada como veio de fábrica. não sei como faço me ajude por favor. ela voolta a ficar folgada denovo ou não folga mais como estava antes. ue já até arranquei um fio tentando folgar estou desesperada. meu email é crismagnus31@hotmail.com

    ResponderExcluir